Há bandas que aparecem e somem-se. Há bandas que me marcam, outras me vão marcando. Há bandas que lembro e relembro. Há bandas que desejo. Há bandas que me viciam. Há bandas que odeio. Há bandas que ouço. Outras escuto. Há de tudo! E depois… há A Mão Morta! Recordo os primeiros tempos em que tive contacto com estes senhores. Era eu autêntico e típico teen em meados da década de 90, encharcado em Metal, Grunge, Punk e em toda uma salsada, cuja qualidade pouco me interessava, desde que servisse de manifesto exterior de uma revolta anti-sistémica, fundada em coisa nenhuma a não ser nas Levi’s 501 rotas e nas Doc de biqueira de aço raspada à navalha. Foi então que gravei numa K7 uma cópia de Mutantes S21, de 1992, a partir de um vinil riscado de um amigo. Faixa 3: Budapeste (Sempre a Rock & Rollar). E PUFFF!!!!!!!! A guitarra porca, o ritmo sujo, o Adolfo de voz imunda… o poema… aquilo assentava que nem uma luva! Hoje olho para esta banda e continua com o “je ne sais quoi” que me inquieta. A técnica musical melhorou muito desde esses tempos. A prosa de Adolfo deixa a descoberto os mais entrincheirados fantasmas do espírito humano… Vejo-os ao vivo cada vez que humana e economicamente possível e cada concerto é memorável. Seja pela música, pela palavra, pela conjugação desta com aquela, ou seja pela hipnose que provocam na comunhão de intimidade com o púbico. Em Abril vem aí Pesadelos de Peluche, álbum novo da Mão Morta. O primeiro Single já anda pelas rádios e pela net. Chama-se Novelos da Paixão. Uma vez que aguardo a saída do álbum para dar a espreitadela, deixo-lhes no Ouvir uma das minhas favoritas (se é que tal classificação me é possível). Arrastando o Seu Cadáver, do álbum Primavera dos Destroços de 2001. O Abraço.
Mão Morta é do caralho e estou ansioso pelo novo album!