Os Feromona, banda lisboeta, lançaram o seu segundo álbum, "Desoliúde", em Maio passado. Se compararmos este álbum com o anterior, "Uma Vida a Direito", percebemos que este "Desoliúde" está mais grunge, mais ruidoso e barulhento, com a voz rouca e os feedbacks dos amplificadores como marca de água do álbum. As letras falam, já ao bom jeito "feromoniano", inevitavelmente, das mulheres, da carne e do amor, sempre num tom irónico e cínico. Há espaço para alguma nostalgia em "A Courtney Love" e, em "Alfama", percebemos que também se pode fazer rock do bom, o melhor que se faz neste momento no nosso país, num sinuoso bairro lisboeta. Se o álbum anterior era mais radio frienldy, neste "Desoliúde" os Feromona não se deixam intimidar e mostram todo o seu poder. Com Diego Armés na voz e na guitarra, Marco Armés na bateria, Bernardo Barata no baixo e, como nova "aquisição", João Gil nas teclas e na guitarra, os Feromona estão em rota ascendente, embora seja nítido que a humildade e o espírito underground prevalecem, apesar de tudo - o que se denota do próprio título do mais recente álbum - no panorama musical português e, sinceramente, merecem. Chega-nos, agora, o teledisco do primeiro single desse álbum, "Selvagem Tosco".
Aproveito a semana de lançamento do novo álbum Feromónico para postar aqui uma música do "Uma Vida a Direito", para recordar o que foi feito de muito bom e abrir o apetite e deixar água na boca para o que aí vem...
Digo aqui em primeira mão que no Domingo há mais - vai ser o primeiro post com uma canção do Desoliúde!
É justíssimo linkar aqui o myspace da banda, o perfil do facebook de dois dos elementos do trio, Diego Armés e Bernardo Barata, e já agora, para acabar o serviço, "uma espécie de entrevista" que o Diego Armés concedeu ao nosso blog-primo, Nódoa Offline.
É de realçar também que todos "os da casa" se enlouquecem ao som dos Feromona. Fica aqui a comprovação: este vídeo foi publicado no youtube pelo Diogo; foi com o Seixo que cantámos os primeiros versos da Psicologia e, neste momento, estamos a fazer um forcing (extra) para introduzir algumas músicas desta banda no (vasto) reportório de covers do nosso Carlos Bruno, a quem aproveito para dar os parabéns, anexados a um pedido de desculpas, porque ontem me esqueci. Diz-se também por aí que o irmão do zetodobom (que elege como preferida a "Animal") já sabe a "Bisturi" de cor.
Fica aqui o contributo possível na divulgação que tenho (temos) vindo a fazer, com muito gosto.
Sai para o trabalho, acredita que tem de ser assim
Tira a ramela do olho, põe o carro a vibrar
Sonha que tem um Mustang, e hoje é o Steve McQueen
Como um rebelde nervoso faz as rodas chiarSó precisa de uma história que justifique o fim
Qualquer coisa muito heróica para ninguém duvidar
Que ele é capaz, que ele é diferente
Corre veloz e contente, e a vida vai mudarCoisas que viu no cinema
E que inspiraram milhões, ele não é excepção
Imagina cada cena, estremece
Está a gostar do guiãoRoda o volante e transpira, será herói ou vilão
O bom da fita nem sempre tem um final feliz
Mas quem é protagonista deve ter sua canção
Com melodia vincada e uma letra que dizQue ele é capaz, que ele é diferente
Corre veloz e contente, e a vida vai mudar
Mas tem azar, choca de frente
Com um camionista imprudente, nem conseguiu travarE nada disto é cinema,
Já não existem heróis, ele não é excepção
pelo desfecho da cena, parece
morreu sem consagração